Estética e funcionalidade: além do que é “mais bonito"
- Bianca Correia

- Sep 21
- 2 min read
Qual desses design é o melhor?

Perceba que a pergunta é qual é o melhor e não qual é o mais bonito.
Na minha opinião, o mais bonito é o da direita. Ele aproveita muito bem a imagem e integra os elementos funcionais ao contexto da foto.
Mas isso não o torna o melhor design.
Estética vs. Escalabilidade
Eu me considero (modéstia à parte) uma boa visual designer. Mas como product designer é importante saber identificar e priorizar quando a funcionalidade e a escalabilidade devem vir antes da estética e também saber advogar sobre isso.
O papel de um product designer é encontrar o sweet spot onde conseguimos manter tanto a estética visual quanto a funcionalidade em alto nível.
Por que o da esquerda é melhor?
A resposta está em duas premissas do design de produto:
1. UGC (User Generated Content)
Quando os usuários são responsáveis pela criação ou alimentação de conteúdo dentro de uma feature, a realidade muda.
No exemplo da imagem, ela funciona muito bem porque foi feita por um designer. Mas se essa feature fosse aberta ao público, qualquer imagem poderia ser cadastrada — e nesse caso os elementos interativos poderiam perder legibilidade, por exemplo.

2. Resiliência no Design
Criar interfaces pensando em resiliência significa projetar para que funcionem de forma escalável e consistente mesmo diante de entradas inesperadas. Essas entradas podem vir tanto dos usuários quanto de outros designers (ou até de você mesmo em outro momento).
É basicamente pensar a interface como algo elástico e adaptável, capaz de se manter funcional em diferentes contextos e situações, inclusive aquelas que você não imaginou inicialmente.
No exemplo da esquerda, como a imagem está dentro de um container, ela está à prova de variáveis. É um espaço único e dedicado apenas à funcionalidade de mostrar a imagem, sem mistura com a função de placeholder de outros botões e títulos.

Esse é um exemplo simples de como alguns layouts bonitos demais podem não ser práticos.
No fim, o bom design não é apenas o mais bonito ou o mais impactante visualmente, mas o que se mantém funcional, escalável e resiliente diante de diferentes cenários de uso. É nessa capacidade de equilibrar estética e praticidade que o product designer realmente agrega valor — criando experiências que não apenas encantam no primeiro olhar, mas também funcionam de forma consistente no dia a dia.